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  • Ipojuca (PE), 9/11/2017 – As notas musicais assimiladas, mesmo que não sejam ouvidas, e as particularidades das vibrações de cada tipo de som são a essência do projeto idealizado por professores e gestores do município de Ipojuca (PE), para a inclusão de surdos no ambiente escolar. A proposta, para o ano letivo de 2018, prevê o uso da língua brasileira de sinais (Libras) e a música clássica.

    A iniciativa está entre os finalistas do Desafio Município Inovador promovido pela Escola de Inovação e Políticas Públicas (EIPP) da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), vinculada ao Ministério da Educação. A Orquestra Criança Cidadã Meninos do Ipojuca, parceira no projeto, desenvolverá a metodologia em aulas e seminários voltados para alunos surdos e não surdos.

    “Todo mundo tem essa dúvida: se o surdo não escuta, como é que ele vai se desenvolver com a música? Mas ele consegue, ele sente a vibração do som”, explicou Charlene de Lima, pedagoga especialista em Libras e integrante da equipe finalista. Completam o grupo as também pedagogas Kelly Souza e Ana Célia Guimarães, o professor de língua portuguesa José Edson dos Santos e a analista de Libras Gislaine Sobral Nunes.

    A inclusão educacional de surdos no Brasil foi levada aos holofotes ao se tornar tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no último domingo, 5. De acordo com dados do Governo Federal, há 9,7 milhões de pessoas no país com algum tipo de deficiência auditiva e que podem, por meio de iniciativas como a realizada em Ipojuca, ter acesso a maneiras de assimilar o que é aprendido na escola.

    Somente na cidade de Ipojuca, segundo números do Censo Escolar de 2017, quase 40 alunos com surdez estão matriculados na rede municipal. No entanto, poucos dominam a língua brasileira de sinais. “A partir do momento que trabalharmos a Libras, os alunos surdos vão ter atividades para fazer na língua deles. Isso já é um diferencial e eles vão se sentir mais inclusos. Então o que estamos tentando é resgatar uma coisa que já é do século 19, que é a língua de sinais. Nós queremos dar todo o suporte para que esses participantes trabalhem na língua deles e possam se identificar”, destacou Charlene.

    Para auxiliar a inclusão e diminuir a evasão escolar, o projeto vai desenvolver atividades que reúnam alunos, família e educadores. Todos eles vão participar de cursos de Libras e palestras sobre surdez e inserção social. Ao longo do ano, os professores terão formação continuada voltada para o ensino dos alunos com deficiência.

    Para o diretor da EIPP, Felipe Oriá, é possível fazer a diferença por meio de iniciativas como essa. “O Desafio Município Inovador foi pensado justamente para encontrar e apoiar ideias que façam a diferença. Nós temos muito orgulho de ter um projeto tão inclusivo entre os finalistas do prêmio.”

    Desafio – O Desafio Município Inovador selecionou ideias para a educação pública propostas por professores e gestores das redes municipais de Pernambuco. Os 15 finalistas foram anunciados no fim de setembro e, nesta sexta-feira, 10, apresentam seus projetos a uma banca de avaliação. Em dezembro, será conhecida a equipe vencedora, que ganhará o equivalente a R$ 100 mil reais em cursos e consultorias para a implementação do projeto.

    Assessoria de Comunicação Social

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